Açudes do Ceará têm o maior volume de água em dez anos
As chuvas no Ceará nos primeiros meses de 2023 fizeram com que os açudes do estado atingissem a maior reserva hídrica em dez anos, chegando a 8,15 bilhões de metros cúbicos, segundo informações da Cogerh (Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos).
O volume representa 44% da capacidade total de armazenamento, o maior desde janeiro de 2013. Os dados da companhia mostram que a alta ocorreu de forma rápida em 2023. Em janeiro, o percentual era de 31,4%. O nível pluviométrico no Ceará fez com que 58 dos 157 açudes do estado vertessem em 2023.
Na última quarta (5), conforme a companhia, 57 açudes estavam vertendo simultaneamente. As regiões do Acaraú, Coreaú, Litoral, Metropolitana e Baixo Jaguaribe estão em situação “muito confortável”, conforme o acompanhamento hidrológico, com açudes apresentando volumes acima de 70%.
Já as regiões do Salgado, Serra da Ibiapaba e Alto Jaguaribe estão na zona “confortável”, com mais de 50% de armazenamento. Os volumes menores estão nos açudes das regiões de Curu, Sertões de Crateús e Médio Jaguaribe, todas com nível abaixo de 30%.
A Bacia do Banabuiú teve um avanço expressivo no volume nos primeiros meses do ano, passando de situação “muito crítica”, com reservas abaixo de 10% no começo de 2023, para “em alerta” (entre 30% e 50%) na quarta.
A última vez em que essa faixa foi alcançada na bacia foi em setembro de 2013. O volume é um alívio para a população local, segundo a companhia.
“As recargas são um alento para a região que há pelo menos uma década convivia com insegurança hídrica em função do prolongado período de estiagem”, informa a Cogerh.
“Do início do ano até hoje, foram quase 600 milhões de metros cúbicos de aporte na bacia, sendo o segundo maior aporte do estado. Todos os 19 açudes monitorados na bacia do Banabuiú estão em condições melhores do que estavam no início do ano”, acrescenta a companhia, em comunicado sobre o avanço do armazenamento de água no estado.
Um dos maiores açudes do estado, Orós, que chegou a registrar volume de apenas 4,7% de sua capacidade no início de 2020, está agora com 56%, melhor registro desde março de 2013.
Outro grande reservatório, o Açude Banabuiú, que chegou a estar praticamente seco entre 2015 e 2018, está atualmente com volume de 28,4% de sua capacidade. Situação semelhante passa o Castanhão, que tinha volume de 2,1% de sua capacidade em 2018, armazenamento que agora atingiu 27% do volume possível.
FOL