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Apenas 20% dos profissionais de engenharia no Brasil são mulheres

Com 44 anos de formação, Fátima Có explica como foi se formar numa época em que a profissão era majoritariamente dominada por homens, e o quanto ainda é preciso mudar

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Dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), mostram que as mulheres representam apenas 20% do total de engenheiros cadastrados nos 27 Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs).

Do total de 1 milhão e 100 mil profissionais, apenas 200 mil são engenheiras, agrônomas, meteorologistas, geógrafas, geólogas, enfim, todas as mulheres representadas nas profissões que compõem o Sistema. Em 2019, apenas 12% de mulheres compunham o plenário dos 27 CREAS, e em 2020 este número subiu para 14%.

A baixa presença feminina na profissão reflete também no ingresso de mulheres na universidade, segundo dados da Universidade Católica de Brasília (UCB) elas representam 34% do total de alunos matriculados nas graduações de engenharia, presencial ou à distância.

Graduada em engenharia civil em 1978, Fátima Có é uma destas mulheres que enfrentou ao longo de sua trajetória uma série de desafios, preconceitos e estereótipos para se tornar a primeira mulher presidente do Crea do Distrito Federal. Apesar de representar o órgão de fiscalização mais importante da classe na capital do Brasil, ela reconhece que a luta continua e ainda é preciso avançar muito para tornar o campo da engenharia igualitário para homens e mulheres.

“É claro que quando eu me formei e comecei a atuar na profissão, o mundo era outro. Porém, é preocupante perceber e ter que admitir que ainda existe um certo sub-condicionamento que afeta as mulheres de optarem por nossa profissão”, afirma Fátima.

Atualmente, existem poucas políticas que incentivam a entrada de mulheres no campo da engenharia.

“É fundamental que sejam criados mais programas que incentivem a participação feminina na área da engenharia, e que sejam criados espaços de cooperação e união entre as mulheres”, diz Fátima.

Além de enfatizar a necessidade de mais políticas públicas, Fátima faz questão de destacar a importância do apoio mútuo entre as mulheres. No mês que vem, em 23 de junho, é comemorado o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, e Fátima Có ressalta o termo “sororidade”. Segundo ela, a união das mulheres envolve um sentimento de irmandade, solidariedade e companheirismo em busca de alcançar objetivos comuns.

Sobre Fátima Có

Engenheira Civil, formada pela Universidade Federal do Espírito Santo (1978), pós-graduada em Engenharia de Segurança do Trabalho (1980), Gerência Empresarial (1984) e Gerência de Projetos (2000), Fátima Có vive em Brasília desde 1978. Capixaba de origem, mas brasiliense de coração, a engenheira tem uma história muito atuante na engenharia, tendo sido inclusive a primeira mulher presidente do CREA da capital do Brasil.

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