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Contaminação cruzada de alimentos: quais hábitos fazem mal?

Ações incorretas no preparo e na manipulação nas cozinhas podem comprometer a saúde da comida

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A contaminação cruzada ocorre quando há transferência de microrganismos, como fungos, vírus, toxinas, parasitas e bactérias, entre alimentos e superfícies infectadas. A ingestão dessas comidas pode causar intoxicação e infecções, com sintomas como diarreia, vômito, febre, cefaleia e alterações na visão. Em casos mais graves, é possível causar desidratação e disfunções renais e até resultar em óbito.

Para evitar a contaminação, o Ministério da Saúde estabelece normas e diretrizes de boas práticas de manipulação de alimentos, válidas tanto para cozinhas domésticas quanto industriais. Entre as medidas estão higiene pessoal adequada, controle de pragas, limpeza correta de utensílios e atenção ao manejo do lixo e dos resíduos no ambiente.

De acordo com o regulamento, existem dois tipos de contaminação cruzada. Quando um alimento em boas condições entra em contato com outro infectado, seja por armazenamento inadequado, salmoura ou outros meios, ou pela transferência de bactérias por meio de utensílios mal higienizados, mãos sujas ou resíduos infectados.

A contaminação indireta é a mais frequente na indústria. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 1 em cada 10 pessoas no mundo adoece por Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs) anualmente, totalizando cerca de 600 milhões de casos e 420 mil mortes. As bactérias mais comuns associadas a intoxicações alimentares são Salmonella, E. coli, Shigella, Staphylococcus e Listeria, presentes em ovos, frangos malcozidos, vegetais crus, leite e carnes.

Allane Costa, nutricionista e docente do UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Juazeiro do Norte, faz um alerta importante. “A contaminação nem sempre é visível a olho nu. Por isso, é crucial observar atentamente qualquer mudança na cor, textura ou no odor dos alimentos”. Ela ressalta que, além dos cuidados básicos de higiene durante o preparo, é fundamental conhecer a procedência dos ingredientes e suas condições de armazenamento.

A especialista enumera as medidas essenciais de prevenção. “Manter bancadas e utensílios devidamente limpos é tão importante quanto armazenar corretamente os alimentos, separando sempre os produtos crus de origem animal dos vegetais”, explica.

“Para higienizar os alimentos adequadamente, a recomendação é lavá-los em água corrente e, depois, deixá-los de molho por 10 minutos em solução clorada (1 colher de sopa de hipoclorito de sódio 10% para cada litro de água). Quanto aos utensílios, devem ser lavados com sabão neutro e, idealmente, receber uma última enxaguada com água quente para garantir maior eficácia na desinfecção”.

A especialista chama atenção ainda para outros cuidados essenciais, tanto em ambientes domésticos quanto profissionais. “É imprescindível manter geladeiras e freezers sempre limpos, além de utilizar tábuas de corte separadas – uma exclusiva para carnes cruas e outra para legumes e vegetais. Práticas como armazenar alimentos em recipientes sem tampa, congelar e descongelar repetidamente, manipular comidas quando se está doente ou deixar itens crus expostos estão entre as principais causas de contaminação cruzada indireta”, completa.

*COLABOROU: LÍVIA MONTEIRO

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