Política

Witzel tenta participar de reunião no Planalto, mas governo Lula se nega a recebê-lo

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Governador cassado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel esteve na tarde desta quarta-feira (15) no Palácio do Planalto para tentar participar de uma reunião. No entanto a comunicação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que ele não foi recebido.

Witzel foi aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2018, mas rompeu posteriormente e acusou bolsonaristas de estarem por trás do processo de afastamento no cargo.

O governador cassado chegou ao Planalto no meio da tarde, mas se recusou a informar para qual gabinete se dirigia, após ser questionado por jornalistas. Disse apenas que daria entrevistas após a sua reunião. Porém saiu apressado posteriormente e não quis comentar sua ida ao palácio.

A Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência da República informou em nota que Witzel buscou participar de uma reunião indevidamente, mas que foi barrado. Acabou não sendo recebido por ninguém do governo federal.

“O Instituto de Estudos Jurídicos Aplicados (Ieja) pediu uma agenda para apresentar um projeto à Secretaria de Comunicação Social (Secom). O ex-governador Wilson Witzel, que é apoiador do Instituto, teve conhecimento da agenda e tentou participar. A presença do ex-governador não estava prevista na agenda. Ele não foi recebido por ninguém da Secom”, afirma o texto da nota.

Lula estava em viagem de dois dias à região Nordeste, para o lançamento do programa Minha Casa Minha Vida e para a inauguração de obras.

Witzel foi punido com a inabilitação para o exercício de qualquer função pública por cinco anos pelo Tribunal Misto Especial, que julgou o processo de impeachment. Foi alvo de quatro denúncias sob acusação de corrupção num esquema de desvios na saúde, durante a pandemia da Covid-19.

Ele se registrou para concorrer novamente ao cargo na eleição no ano passado, pelo partido PMB, mas foi barrado.

Ex-juiz federal, Witzel entrou oficialmente na política em março de 2018 pelo PSC, sendo eleito governador do Rio de Janeiro, com o apoio da família Bolsonaro, em particular do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Meses depois de tomar posse, Witzel rompeu com o presidente. Sem trânsito entre os deputados da Assembleia Legislativa, o então governador ficou sem base política que o sustentasse após o surgimento das acusações do Ministério Público Federal.

Desde o início do processo, Witzel afirma que seu afastamento se deve à ação do então presidente Bolsonaro, ex-aliado de quem se tornou adversário em seu primeiro ano de mandato.

Witzel foi acusado de crime de responsabilidade e de irregularidades na contratação dos hospitais de campanha para o combate à pandemia do coronavírus. Também foi responsabilizado por supostamente ter favorecido um empresário ao anular a punição a uma organização social por sua atuação na Secretaria de Saúde.

FOLHAPRESS

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